MEME E ASSÉDIO MORAL – QUAIS OS DIREITOS DA VÍTIMA DO CYBERBULLYING?

A “meme de internet” é bem popular e muito compartilhada nas redes sociais para fins de humor. Naturalmente acaba tendo impacto viral ante a escala mundial da rede.

O problema é que pode ser usada em assédio moral ou Cyberbullying.

A violência virtual tem se tornado cada vez mais comum com consequências na vida das vítimas, que se isolam, entram em depressão, e acabam sofrendo morte ou suicídio nas situações mais extremas.

Por esse motivo, quais os direitos da vítima do assédio moral em ambiente virtual? Como tomar cautelas contra esses ataques?

meme e assédio moral
meme e assédio moral

MEME, CYBERBULLYING E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Ganha cada vez mais destaque o uso do espaço virtual e das tecnologias das redes sociais para intimidar, hostilizar, difamar ou insultar. A vítima pode ser prejudicada tanto pelo discurso do ódio, nas diversas formas de preconceito, como por imagens ou vídeos montados, como meme, com alto impacto de divulgação e dano à imagem do ofendido. As ofensas podem ser dirigidas a pessoas específicas, figuras públicas, artistas, instituições, grupos étnicos e religiosos.

Por exemplo, vez por outra nos deparamos na mídia com pessoas que saíram do anonimato porque sua imagem com características físicas foi usada em tom de sarcasmo e viralizou, tornando sua vida insuportável.

Nestes casos, poderá haver responsabilidade tanto de quem posta, curte ou compartilha o conteúdo abusivo, como das redes sociais e de eventuais provedores, conforme a legislação.

VIOLÊNCIA VIRTUAL – QUE CUIDADOS TOMAR?

É importante que o usuário dos serviços de internet e redes sociais tenha muito cuidado com suas informações, imagens e vídeos pessoais, salvaguardando sua privacidade. Os pais, por sua vez, podem orientar e exercer vigilância sobre seus filhos, acompanhando tudo o que postam, compartilham e quem são seus contatos.

É importante compreender que fotos e vídeos pessoais podem ser manipulados e usados em montagens maldosas, como meme, com alto poder viral de escala.

Além do mais, mesmo que a vítima só tenha contatos com pessoas confiáveis, tudo o que é postado poderá ser compartilhado com os amigos dos amigos, fugindo do controle de quem postou o uso da imagem ou vídeo.

Por compreender os perigos a vítima poderá, preventivamente, decidir o que irá ou não compartilhar.

MEME E CYBERBULLYING – QUE PASSOS TOMAR PARA RESGUARDAR DIREITOS?

A vítima de violência virtual poderá identificar o conteúdo abusivo e guardar todo o tipo de provas do Cyberbullying, como os links das páginas e imprimir as postagens de uma forma legível e que seja capaz de identificar a origem das ofensas.

Em seguida poderá buscar uma Delegacia de Polícia Civil e registrar um boletim de ocorrência, instaurando o procedimento de investigação policial para identificação de todos os envolvidos nas agressões.

Poderá também contatar o provedor do conteúdo e a rede social e solicitar a remoção do conteúdo impróprio, tomando o cuidado de documentar esta solicitação mediante instrumentos de protocolo digital ou notificação extrajudicial por correios com aviso de recebimento.

Recomendamos que em situações assim busque a assessoria jurídica de um advogado de sua confiança visando estabelecer a melhor estratégia tanto para a remoção do conteúdo como para conseguir as indenizações de direito.

José Maria Ribas

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas/SP. Pós Graduado em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Vivência jurídica profissional desde 1999 inicialmente no Ministério Público do Estado de São Paulo (direitos difusos e coletivos) e posteriormente no Tribunal Regional do Trabalho da 15.ª Região (ações trabalhistas). Advogado e consultor.